sábado, setembro 04, 2010

Sem dúvidas

segunda-feira, julho 26, 2010

Um grande amor

Encontreia-a sem querer, quase nua, de coração ferido. Não a conheço assim, magoada de amores, mulher crescida, de coração na boca. E linda, tão linda que abraçá-la-ia hoje como quando a embalava ao colo e lhe beijava as mãos tão pequeninas, tão perfeitas. Esse meu grande amor.

segunda-feira, julho 12, 2010

Em Junho




sábado, junho 26, 2010

it's so fucking hot,

i'm so fucking drunk e as noites são afrodisíacas.
estou no 18th lounge, o bar dos Thievery Corporation em washington dc, e a única coisa que consigo pensar é que aqueles candeeiros ficariam muito bem na casa de banho lá de casa. o que vale é que durou só até ao início do segundo gin tónico. depois foi dançar até acabar [esta gente vai muito cedo para casa], rir muito e voltar a pé para casa à procura de um 7 eleven ou de uma simples fatia de pizza.

sábado, junho 19, 2010

de partida, a começar mais um ano

A mala está finalmente feita depois de um martírio que durou, sem exagero, dois dias. Mas tenham dó, são mais de três semanas fora de casa do outro lado do oceano, e uma mulher tem que estar preparada para tudo. Roupa, sapatos, maquilhagem, electrónica, caixa de primeiros socorros com tudo o que é comprimido que possa fazer falta, mais roupa, blocos de apontamentos, livros, e tudo e tudo e tudo. A partida é amanhã às 10 e qualquer coisa e eu não podia imaginar melhor forma de começar os 36 [mas ninguém me dá mais do que 25!]

quinta-feira, junho 17, 2010

a minha avó

Reconheceu-me à primeira no sofá dos 95 anos que habita. Ontem foi levada para o hospital depois de um desequilíbrio que deixou marcas numa cabecinha que agora tem dois pontos que não são finais. Sei que está baralhada mas não a vi. Estou a duas horas de casa numas alegadas férias de Verão. Penso nela a cada minuto e só páro para fechar os olhos com uma dor de cabeça que não me larga há vários dias. Mergulho neste cansaço depois de um mês consecutivo sem folgas, depois de um jet lag na China e quatro dias de sol a 24 horas a norte da Noruega. No dia em que regressei pude finalmente estar junto dela e recebi os carinhos do costume. Também os dei. Falámos da guitarra que o avô tocava, e dela, que com ele cantava à desgarrada. Falámos dos bisnetos de cujos nomes não se recorda, falámos do facto de ter estado ausente. Fez um esgar de admiração quando lhe disse que tinha ido à China e disse que sim, que sabia como eram os chineses. Raguei o meu rosto e ela sorriu percebendo no gesto os meus olhos em bico. Pedi-lhe que não olhasse o chão, mas o céu, e gabei-lhe os olhos cinzento azulados, que eu gostava que um filho meu tivesse um dia. Ficou feliz. Abriu-os bem grandes para me ver melhor e para me fazer crer que estava viva. Repetiu vezes sem conta o "já cá não faço nada" que oiço há 20 anos. Disse-lhe que sim, que fazia, que era minha única avó e que não podia ficar sem ela, que me fazia falta e a muitos mais da família. E faz. Peno nestas horas de férias entre o cansaço e a sensação de impotência. Voltou esta noite para casa mas amanhã espera-a um lar de repouso e velhinhos na sala. Sofremos a mudança. Ninguém quer ver uma avó num lar. Mas já não poderá subir facilmente os 52 degraus do número 41, e as noites para a mãe têm mesmo de ser dormidas. Há 3 meses que a avó não descansa durante a noite. E não deixa descansar. Há 3 meses que chama, que pede ajuda, que refila quando não vêm, que diz não recordar o que faz, que exige, que pergunta, que se esquece. A mãe chora e o pai dá o ombro para acolher as duas. A mais velhinha cai um sem número de vezes e já não há forças para erguê-la de novo. A casa de repouso parece gentil, espaço dito de simplicidade mas com harmonia no meio e pessoas atentas a estas coisas que só a velhice trás. Deposito amarguras nestas letras que escrevo, incapaz de evitar uma mudança de casa para a avó. Terá de conhecer amiguinhas, terá de dormir mais calma, de deixar de parte as manias de velha e os mimos de única idosa na família há mais de 10 anos. Fica ali a dois passos de mim. Poderei vê-la todos os dias, agarrar-lhe a mão rugosa e com as veias a saltar pela pele, poderei beijá-la mais do que até aqui tenho beijado porque, nestas coisas, acabamos por ficar mais próximos. Poderemos conversar sobre o passado porque do presente não tem memória. E deixar-me-ei ficar a seu lado apenas para lhe pegar na mão. É difícil perder um residente na casa onde cresci uma vida. Mas talvez desta forma o mundo possa tê-la com vida por mais uns tempos. E, quando o momento chegar, só peço para estar a seu lado.

domingo, junho 13, 2010

rituais de junho

Há rituais que são para cumprir religiosamente em dias de Santo António, mesmo que os 300 quilómetros custem horrores pelo cansaço acumulado nos últimos meses, mesmo que em Lisboa fique tanta coisa por fazer a uma semana de partir para o outro lado do Atlântico. Regresso à serra, ao mimo, ao relvado à volta da piscina, às cerejeiras carregadas de negro e verde. Regresso para comer, dormir, esquecer que o mundo existe, para desligar o cérebro e não pensar em mais nada. Isto és tu a fugir para a frente, mais uma vez, como sempre. Passo metade do fim-de-semana a dormir, a outra metade em cima das cerejeiras. O ritual é conhecido, está escrito e reescrito nos arquivos deste blog, que já leva cinco anos e que este Maio não teve direito a que lhe cantassem os parabéns. Subo às cerejeiras para comer até ficar enjoada, desço para me espraiar na relva, para andar de baloiço, para a frente, para trás, cada vez mais de depressa, com a cabeça virada para cima e olhos colados no céu.

segunda-feira, maio 10, 2010

Coisas que gostava

Eu gostava de ter tempo e dinheiro. Tempo para usar o dinheiro da forma mais ajuizada, sem esquecer a auto-estima, os amigos, a família, e uma ou outra instituição de caridade. Gostava de ir ao cabeleireiro tirar estes brancos que já voltam a cobrir-me as têmporas. Pedia à senhora - que deveria chamar-se Lisete, Vanda ou Manela - uma cor de um castanho suave, talvez uns brilhos aqui e ali, uma tinta que saísse com o tempo, sem pintar a toalha branca e sem deixar raízes ao léu. Ela pintava e secava, penteava-me com uma escova daquelas redondinhas e cheias de cabelos de outras clientes, eu faria uma cara enojada e ela fingiria não reparar. Depois punha-me cera, que a laca já pouco se usa - e puxava os cabelinhos rebeldes para baixo e para os lados, ficando eu com um ar de quem acabou de sair... do cabeleireiro. Eu realmente saía e dirigia-me à casa-de-banho mais próxima e reconstituiria a minha imagem, com base numa fotografia tirada ontem, onde o meu cabelo tinha um ar leve e suave, sem parecer peça de um leilão da "Cabral Moncada". Eu gostava de usar o dinheiro que, se pudesse, tinha, para comprar maquilhagem e fazer um curso com uma profissional, daquelas da MAC, num centro comercial da periferia, para aprender a pôr o eye-liner direitinho, num só risco suave e definido, e para não borrar a cara quando aplico o rímel bem preto. A base seria a perfeita para a minha pele, que teria então um ar acetinado e jovem. O sinal no canto esquerdo do queixo completaria a beleza. Mas esse, já cá está. Eu gostava de ir a umas quantas lojas de roupa e duplicar o meu guarda-roupa. Não, duplicar, não. Já tenho roupa que chegue, mas podia dar alguma e arranjar nova, assim de ganga e de cores de Verão, mais uns biquinis para ir para o Rio e ainda pulseiras para pôr no braço, quase até ao cotovelo. Seria roupa nova de lojas mais ou menos baratas, que não precisava de ir à Channel nem à Purification Garcia, e também não ligo muito à Desigual, mas gosto do Custo Barcelona. E teria sapatos para todas elas, como já tenho agora, mas ainda mais bonitos e prontos a estrear. Gostava de ter as unhas pintadas de um vermelho vivo, atraente, sensual, capaz de bater os dedos na mesa e fazer um barulhinho "clic, clic" e mostrar um anel lindo, de noivado, brilhante, com pedras verdadeiras e sem ser apenas de prata. E assim, estaria noiva outra vez. Depois, os meus pés estariam à vista numas sandálias abertas e nem uma calosidade, nem um mancha da tal tinta vermelha fora do sítio, nem uma nesga de pele morta e sem vida. E gostava de fazer cavitação ou uma coisa com um nome mais apelativo, mas que me deixasse elegante, com as curvas assinaladas nos sítios certos, capaz de usar uns jeans que me ficassem a matar, uma camisola para destacar o peito e marcar bem a cintura. E só faria um tratamento por mês, porque "estava óptima" e não precisava de mais e só lá ia para relaxar e ouvir a conversa da Idália, que se tinha separado do marido mas que estava já com outro homem que a fazia muito feliz na cama. Mas a Ídália calava-se, mal me punha as mãos em cima, e então eu dormia na marquesa do atelier de beleza - que se chamava Conchita - e acordava uma nova mulher. Isto seria apenas pela auto-estima. Mas o que eu gostava mesmo, era de não me deixar levar pelas ideias banais da "Happy Woman", e de não acordar com enxaqueca, para não me pôr com tonterias, num blogue que ninguém lê.

Gosto de casamentos assim


Verona, Itália, Abril de 2010

quinta-feira, abril 29, 2010

calendário sentimental

hoje era dia de começar a cumprir o meu calendário sentimental, porque o ano só começa a ser ano com os livros que enchem o parque, com o sobe e desce das alamedas acompanhado por risos e conversas boas. o trabalho não deixou ir hoje ao parque, para um almoço que estava prometido, e também não deixará nos próximos dias. segunda à noite estou lá batida para a happy hour. só não me conformo que tenham antecipado a féria em um mês. ano que é ano só começa a sê-lo no final de maio.

quarta-feira, abril 28, 2010

fuga para a frente ou para qualquer outro sítio

Estou a sair-me particularmente bem a arranjar alternativas para os dias de grandes enchentes. Este fim-de-semana rumo a Norte, logo a pensar em voltar para Sul, fugindo às comemorações do 1º de Maio. E daqui a uma semana embarco para o Brasil, escapando por uma unha negra à sua santidade. Só me falta mesmo arranjar programa para o final do mês. A perspectiva de estar na mesma cidade dos black eyed peas não é propriamente a mais entusiasmante.

terça-feira, abril 13, 2010

Em Junho...

sábado, abril 10, 2010

Parabéns Miranda

quarta-feira, março 31, 2010

em junho ii

os distantes dias de junho e julho começam a compôr-se. Duas semanas e meia em washington d.c., de mente aberta para absorver tudo e todos, seguidos de mais cinco dias na big apple. o apartamento em ny está em vias de estar reservado, a companhia para andar a subir e a descer avenidas e a entrar e sair de museus está assegurada. entrei na fase de fazer riscos da parede, entrei em countdown, como escreveu ali em baixo a Miranda...

sexta-feira, março 19, 2010

em junho


durante duas semanas e alguns dias esta será a minha casa.

terça-feira, março 16, 2010

se não for pedir muito

parece frase feita, mas não acredito na sorte, apenas no trabalho. desta vez, em que o trabalho foi pouco, dava-me jeito ter o meu quinhão de sorte. pode ser?